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AcrEano-de-pé-rachado, gosto das coisas simples da vida como jogar conversa fora, jogar xadrez, dominó, baralho, peteca, io-iô, cuspe a distância... e tomar umas louras suadas com umas talhadas de goiabada... Gosto principalmente de sinceridade e de boas amizades.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

oI aMiGoS

Nesse primeiro post faço, por não ter pensado em nada mais pra postar, uma homenagem ao imortal Bertold Brecht.

Aos que vierem depois de nós

Bertolt Brecht
(Tradução de Manuel Bandeira)


Realmente, vivemos muito sombrios!
A inocência é loucura. Uma fronte sem rugas
denota insensibilidade. Aquele que ri
ainda não recebeu a terrível notícia
que está para chegar.

Que tempos são estes, em que
é quase um delito
falar de coisas inocentes.
Pois implica silenciar tantos horrores!
Esse que cruza tranqüilamente a rua
não poderá jamais ser encontrado
pelos amigos que precisam de ajuda?

É certo: ganho o meu pão ainda,
Mas acreditai-me: é pura casualidade.
Nada do que faço justifica
que eu possa comer até fartar-me.
Por enquanto as coisas me correm bem
[(se a sorte me abandonar estou perdido).
E dizem-me: "Bebe, come! Alegra-te, pois tens o quê!"

Mas como posso comer e beber,
se ao faminto arrebato o que como,
se o copo de água falta ao sedento?
E todavia continuo comendo e bebendo.

Também gostaria de ser um sábio.
Os livros antigos nos falam da sabedoria:
é quedar-se afastado das lutas do mundo
e, sem temores,
deixar correr o breve tempo. Mas
evitar a violência,
retribuir o mal com o bem,
não satisfazer os desejos, antes esquecê-los
é o que chamam sabedoria.
E eu não posso fazê-lo. Realmente,
vivemos tempos sombrios.


Para as cidades vim em tempos de desordem,
quando reinava a fome.
Misturei-me aos homens em tempos turbulentos
e indignei-me com eles.
Assim passou o tempo
que me foi concedido na terra.

Comi o meu pão em meio às batalhas.
Deitei-me para dormir entre os assassinos.
Do amor me ocupei descuidadamente
e não tive paciência com a Natureza.
Assim passou o tempo
que me foi concedido na terra.

No meu tempo as ruas conduziam aos atoleiros.
A palavra traiu-me ante o verdugo.
Era muito pouco o que eu podia. Mas os governantes
Se sentiam, sem mim, mais seguros, — espero.
Assim passou o tempo
que me foi concedido na terra.

As forças eram escassas. E a meta
achava-se muito distante.
Pude divisá-la claramente,
ainda quando parecia, para mim, inatingível.
Assim passou o tempo
que me foi concedido na terra.

Vós, que surgireis da maré
em que perecemos,
lembrai-vos também,
quando falardes das nossas fraquezas,
lembrai-vos dos tempos sombrios
de que pudestes escapar.

Íamos, com efeito,
mudando mais freqüentemente de país
do que de sapatos,
através das lutas de classes,
desesperados,
quando havia só injustiça e nenhuma indignação.

E, contudo, sabemos
que também o ódio contra a baixeza
endurece a voz. Ah, os que quisemos
preparar terreno para a bondade
não pudemos ser bons.
Vós, porém, quando chegar o momento
em que o homem seja bom para o homem,
lembrai-vos de nós
com indulgência.

3 comentários:

  1. Amigo é uma pequena palavra,
    Amigo é um grande apoio,
    Amigo é um grande ser,
    Amigo é um significado de confiança,

    Amigo é uma grande pessoa,
    Amigo é um eterno diário,

    Amigo é um super herói,
    Amigo é uma pessoa que escuta,

    Amigo é uma pessoa que compreende,
    Amigo é um conselheiro,

    Amigo é uma pessoa que está sempre ao teu lado,
    Amigo, uma pessoa que não consigo descrever,

    Amigo, apenas VOCÊ.

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  2. vc já postou minha pequena princesa. Te amo muito.

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  3. Cláudio, sigo a recomendação e estou por aqui, espionando as "pérolas" deste teu espaço. Começou espetacular: Brecht ilumina. Tá bem legal, Fernando Pessoa, Quintana e também, claro, teus escritos são motivadores... Gostei, volto mais vezes.

    Cláudia Gomes

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